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Effeitos do Hypnotismo

9781465565747
pages
Library of Alexandria
Overview
A criança; sua concepção bio-psíquica e social 1.—Como organismo vivo que é, a criança, do mesmo modo que as plantas e os animais, está sujeita às leis físico-químicas e biológicas, que regulam a actividade de todos os sêres vivos, que existem à superfície da terra. Mas, alêm da vida vegetativa, que pertence às plantas, e da vida sensitiva, que é própria dos animais superiores, possue ainda a criança a vida intelectual, apenas partilhada com o homem, do qual incessantemente se aproxima, desde o início da sua evolução. 2.—Por virtude da vida vegetativa, a criança «cresce», isto é, aumenta de volume e de densidade, à medida que se afasta do nascimento, de conformidade com as leis específicas, que determinam o ritmo e as outras características dêsse «crescimento». Sob êste aspecto, a criança não tem outra função senão a de «crescer», isto é, de adquirir um desenvolvimento somático, cujo termo, em circunstâncias normais, só à hereditariedade pertence estabelecer e fixar. 3.—Mercê da vida sensitiva que, no sentido rigoroso do têrmo, é apanágio exclusivo dos sêres dotados dum sistema nervoso, a criança aprende, cada vez com maior eficácia e precisão, a manter com o meio, em que tem de viver, o equilíbrio, de que carece, para a conservação da sua vida, isto é, a adaptar-se. Seja qual fôr o conceito que se fizer da sensação, como expressão mais simples, e elemento irredutível da consciência; mas, tendo em vista o processo evolutivo da diferenciação e da complexidade orgânica, não padece dúvida que o fenómeno da irritabilidade, que já se encontra no mundo vegetal, de par com os tropismos das plantas, pode ajudar a esclarecer o mistério da sensibilidade geral, que os animais superiores tambêm usufruem, e por cuja virtude a criança se torna capaz de tirar o máximo proveito das suas experiências, em relação ao mundo externo[2]. 4.—Finalmente, pela vida do pensamento, que se manifesta sempre em perfeita correlação com o desenvolvimento cerebral, a criança adquire a capacidade de reagir, por um dinamismo progressivo, à acção das influências cosmo-telúricas, subtraíndo-se a essas e a outras influências, ou atenuando-as, em proveito da sua individualidade. Manifestações desta vida (tambêm chamada de relação), alêm da espontaneidade, que torna possível a resistência ao automatismo dos instintos e dos hábitos orgânicos, são a reflexão, que prepara o advento e a consolidação da personalidade, e a tendência de integração no meio social, como uma das bases essenciais do carácter[3]. 5.—Importa, porêm, advertir que, apesar desta tríplice existência funcional, a vida da criança, como a do homem, não se scinde, nem sofre soluções de continuidade, antes constitue uma unidade orgânica, e uma concentração de energias, que não divergem entre si, senão pelo mecanismo, a que dão origem, e pelas tendências e impulsividades, que despertam[4]. 6.—Vê-se, pois, que a criança, na integral complexidade dos elementos que a constituem, e na plenitude das fôrças que a caracterizam, é um organismo, cuja estrutura e actividade dependem, não sómente das energias físico-químicas, a que todo o Universo está sujeito, como tambêm sofrem a influência de tôdas as leis biológicas e psíquicas, que interveem, tanto na formação da consciência reflexa do homem adulto, como na dinamogenia dos instintos, que engendram a vida social[5]. II Sciências da Criança: Pedologia, Psico-pedagogia Pedagogia experimental; outros ramos da Pedagogia