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Cervantes e Portugal Curiosidade Litteraria

9781465565235
pages
Library of Alexandria
Overview
Los libros de caballería son la protesta contra el feudalismo, y Cervantes la gran estátua que corona el renacimiento. Emilio Castelar. Miguel de Cervantes Saavedra appellidado por seus compatriotas, o Manco de Lepanto, por ter sido mutilado n'aquelle celebre combate naval, segundo consta de sua biographia veio a Lisboa com Phelippe II em 1581 onde se namorou de certa dama incognita e de quem teve uma filha, cujo nome foi Isabel de Saavedra. Suppõe-se que seus amores na côrte lusitana lhe inspiraram a linda novella pastoril da Galatea, onde o autor figura disfarçado no pegureiro Lauso que suspira pela formosa pastora Silena. O escriptor de tão bello idyllio assistiu á tomada das Ilhas Terceiras pelo marquez de Santa Cruz. Começarei as minhas investigações pelo prologo do famoso poema critico D. Quijote. Alli dedica Cervantes um merecido elogio ao famoso rio Tejo que beija as praias da inclita cidade de Ulysses, e cujas arêas consta da tradicção serem de ouro. Percorrendo esta obra digna de ser lida por todos os que se prezam de verdadeiros litteratos, deparamos no capitulo 6.º da sua 1.ª parte, que entre os livros que adornavam a bibliotheca do engenhoso fidalgo, se encontraram além de outros de autores portuguezes o Palmeirim de Inglaterra, cuja composição se attribue a um discreto rei de Portugal, e tambem a Diana de Jorge de Montemayor. Quando o Heroe da Mancha exalta a imaginaria gerarquia da senhora de seus pensamentos D. Dulcinea do Taboso, afirma que não é oriunda de outras familias celeberrimas de Hespanha que menciona, nem mesmo dos Alencastros, Pallas e Menezes de Portugal. O pastor Lope Ruiz, com cuja historia entretem Sancho Pança o seu temerario amo, ao fugir da ingrata Torralva, detem-se nas margens do Guadiana antes de passar com seu rebanho para Portugal. O reino da princeza Micomicona era maior que Portugal e Castella juntos. Na 2.ª parte, suppõe o escudeiro de D. Quixote que mais de 12:000 exemplares da historia de seu valente patrão, se achavam n'aquelle tempo impressos, e afirma como testemunhas do que refere a Portugal, Barcelona e Valencia. O rio Guadiana entra pomposo e grande em Portugal. Na profunda e tenebrosa cova de Montesinos promette o caballero de los leones á sua phantastica amante, andar por causa d'ella as sete partidas do mundo com mais pontualidade que o infante D. Pedro de Portugal. Para provar a verdade da existencia dos cavalheiros andantes, diz o da Triste Figura ao conego de Toledo: «Si no diganme tambien que no es verdad que fué caballero andante el valiente lusitano Juan de Merlo, que fué á Borgoña, y se combatió en la ciudad de Ras con el famoso señor de Charny, llamado Mosen Enrique de Remestan, saliendo de entrambas empresas vencedor y lleno de honrosa fama.» Era do excelentisimo Camões uma das eclogas que haviam de representar as pastoras em cujas redes se embaraçou o pensativo escravo de Dulcinea. Passando do primor de Cervantes á sua quasi rival Galatea, lê-se que o pae da linda heroina das margens do aurifero Tejo, intenta prendel-a com os laços de hymineo a um pastor lusitano das ribeiras do deleitoso Lima. Que bellos são os versos da apaixonada amante de Erastro quando ao despedir-se do seu dourado rio, canta: «¡Que tengo de despedirme De ver el Tajo dorado! ¡Que ha de quedar mi ganado, Y yo triste he de partirme